UMA ALIANÇA MUNDIAL DOS POVOS DA TERRA
Por Ergom Abraham
Esta Aliança abre todas as portas. A chave para destrancá-las foi moldada por muitas pessoas e livros que foram escritos como resultado de muita busca, sacrifícios e sofrimentos. Mas o simples ato de abrir um pouco estas portas revela um fascinante conhecimento novo sobre nossa civilização dentro dos TEMPOS — e uma nova visão de nosso futuro potencial.
Para mim, a busca desta porta tem sido uma jornada de vida inteira. Bem no começo de minha existência, percebi que o que pessoas de diferentes culturas consideravam como determinado. Ou seja, elas acreditam e aceitam uma configuração pré-determinada sem questionar, sem analisar e ficam sem perceber que as coisas mudam continuamente. Criam PADRÕES COMPORTAMENTAIS através de suas crenças que geralmente estão baseadas na fé em determinadas divindades que eles próprios JAMAIS conheceram. Apenas “acreditam existir” e também acreditam e aceitam como sendo VERDADE ABSOLUTA os PADRÕES que, na verdade, não passam de suposições religiosas e dogmáticas prescrita por certas pessoas no passado e que ao longo do tempo passaram a ser aceitas pela comunidade e até mesmo por uma grande e significativa maioria da população.
Também muito cedo desenvolvi apaixonado interesse pela condição humana. Desde a tenra idade passei a analisar e a questionar os objetivos dos comportamentos das pessoas.
Assim, passei a fazer a mim mesmo inúmeras perguntas, as quais para mim não são, e nunca foram abstratas: Por que caçamos e perseguimos uns aos outros? Por que nosso mundo está tão cheio da infame desumanidade do homem para com o homem - e para com a mulher e até mesmo para com as crianças? Como os seres humanos, que se dizem ser “superiores” podem ser tão bestiais com seres de sua própria espécie? O que é que nos impulsiona tão cronicamente em direção à crueldade ao invés da bondade e do amor incondicional, em direção à guerra ao invés da paz, em direção à destruição ao invés da realização?
De todas as formas de vida neste planeta, apenas nós podemos plantar e semear os campos, compor música e poesia, buscar a verdade e a justiça, ensinar uma criança a ler e escrever – ou mesmo a rir e chorar. Em razão de nossa habilidade incomparável para imaginar novas realidades e concretizá-las através de tecnologias ainda mais avançadas, somos literalmente parceiros em nossa própria evolução. No entanto, esta mesma espécie maravilhosa parece dedicar-se a dar um fim não só a nossa evolução, mas à grande maioria da vida no globo, ameaçando nosso planeta com a catástrofe ecológica ou a aniquilação nuclear.
Afinal, que espécie de criação divina é essa? Que Deus é esse que criou um ser tão antagônico? Será que ele se enganou na “mistura das massas?”
Com o passar do tempo, enquanto prosseguia em meus estudos profissionais e tarefas familiares, cada vez mais voltava minha pesquisa e estudos para o futuro.
Minhas preocupações expandiam-se e aprofundavam-se. À semelhança de muita gente, convenci-me de que estamos nos aproximando rapidamente de uma encruzilhada na evolução — e que nunca antes o caminho por nós escolhido foi tão critico. Mas que direção devemos tomar? Como podemos escolher o melhor caminho? O que acontecerá ao ser humano, ao planeta, à natureza e à própria vida como a conhecemos?
Por um lado o mundo se torna magnífico, com tecnologias que facilitam a nossa vida, a nossa comunicação e a nossa locomoção. Mas, ao mesmo tempo que isso acontece, também inventam formas fantásticas de assassinato em massa, criam métodos para dominar e controlar psiquicamente, comercialmente e politicamente civilizações inteiras. O ódio se espalha como erva daninha na sua horta do quintal.
Socialistas e comunistas asseguram que a raiz de nossos problemas é o capitalismo; capitalistas insistem em que o socialismo e o comunismo estão nos levando à ruína. Alguns argumentam que nossos problemas se devem a nosso "paradigma industrial", que nossa "visão científica" do mundo é a culpada. Outros ainda culpam o humanismo, o feminismo e até o secularismo, insistindo em uma volta aos "bons tempos" de uma época mais religiosa, mais simples e modesta. Os religiosos dizem que o culpado é o diabo e satanás que fica instigando o homem ao mal. Mas eles próprios ficam atacando a eles mesmos. Evangélicos atacam os espiritualistas e esotéricos, os católicos atacam os protestantes e os protestantes atacam os católicos. Os judeus atacam os muçulmanos e vice-versa. Ninguém se entende. A “Torre de Babel” está realmente instalada na Terra, principalmente dentro das pessoas e organizações que se dizem salvadoras do mundo.
Que mixórdia confusa é essa? – Perguntava eu para mim mesmo. Será que ninguém está percebendo que esse “balaio de gato filosófico” está nos levando ao abismo e que isso irá destruir a todos? Que ignorância tão grande é essa, instalada no coração desse povo que não conseguem de forma alguma respeitar a vida.
Será mesmo que o ser humano é um ser racional? Que racionalidade infernal é essa?
Se ser racional é isso que tenho visto, prefiro ser como os animais que vivenciam o amor incondicional e em harmonia com a natureza, do que ser inteligente e se tornar um monstro horrível, capaz das piores atrocidades contra até mesmo as pessoas que eles dizem amar.
Assistir uma TV nos dias de hoje ou mesmo ler um jornal se transformou em um ritual macabro, onde desfilam diante dos nossos olhos as piores e mais chocantes cenas de ódio, desrespeito, luxúria e sofrimento do ser humano.
Ali vemos os nossos políticos, aquelas pessoas que o povo confia para dirigir a nação, passarem a fazer exatamente o oposto do que deveriam estar fazendo quando lá foram colocadas. Veremos como as nações capitalistas, socialistas e comunistas tirânicas estão enredadas na corrida armamentista e em todas as outras irracionalidades que ameaçam a nós e a nosso meio ambiente. E se olharmos para nosso passado — para os massacres rotineiros realizados por hunos, romanos, celtas e assírios ou os morticínios cruéis das cruzadas cristãs e da Inquisição —, veremos que existia ainda mais violência e injustiça nas sociedades mais simples, pré-científicas e pré-industriais que nos precederam.
Uma pergunta grita em meu coração: O QUE FAZER?
Não é isso o que eu quero! Não é essa vida que pretendo levar! Para onde devo ir para ficar longe disso tudo? O que devo fazer para poder viver em paz?
Muito tem sido escrito a respeito de uma Nova Era, uma transformação cultural global sem precedentes. Mas em termos práticos, o que isso significa? Uma transformação de que em quê? Em termos de nossas vidas diárias e nossa evolução cultural, precisamente o que seria diferente, ou mesmo possível, no futuro? A mudança de um sistema que leva a guerras crônicas, injustiça social e desequilíbrio ecológico para um sistema de paz, justiça social e equilíbrio ecológico é uma possibilidade realista? E, o que é mais importante, que mudanças na estrutura social tomariam possível tal transformação?
A busca de respostas a estas questões me levou a pesquisar desde nosso passado, antes da história conhecida pela ciência até o nosso presente. Levou-me a conhecer, por meios extrafísicos, os processos da criação de antes mesmo da criação deste nosso Universo. Levou-me a mergulhar psiquicamente e espiritualmente em Universos Paralelos, tanto fora como também dentro de mim mesmo. Presenciar e assimilar sistemas, mecanismos e processos sobre as interações da vida e suas manifestações por incontáveis maneiras e formas que, até mesmo, o mais criativo dos seres humanos, jamais poderia sequer sonhar usando apenas as condições cerebrais normais.
Reunindo as peças esparsas da religião, arte, arqueologia, ciências sociais, história e muitos outros campos de estudo pude chegar a conclusões parciais, porém extremamente mais avançadas do que até agora a ciência convencional conseguiu chegar. Com isso, pude criar novos modelos que se adequam melhor à realização do sonho humano.
Sim! Sonho humano! Isto porque, apesar de todos nós, seres humanos, possuirmos dentro de nós um grande sonho de paz, de alegria, de fraternidade, todas as vezes que nos parece alguém tentando tomar a frente para nos conduzir a essa tão esperada transformação para melhor, imediatamente e inconscientemente taxamos de “utopia” esse projeto, ao invés de cerrarmos fileiras, dando-nos as mãos e colaborando para que isso aconteça.
Parece que dentro das pessoas existe um freio poderoso que proíbe, que impede e bloqueia a possibilidade de sermos felizes. É como uma culpa interior, uma falta de auto-perdão. As pessoas se sentem indignas de serem felizes. Carregam dentro de si um estigma de dor e sofrimento que jamais termina. Estão tão bloqueadas para a VERDADEIRA VIDA, que vivem morrendo todos os dias, sonhando com a felicidade que elas próprias rejeitam. Lamentam-se pelo sofrimento, mas no fundo não se sentem “preparadas” para serem felizes e em paz.
A própria Bíblia, um livro considerado “santo” ou “sagrado” se tornou a “cruz” e a “espada”, ou seja, é a benção e maldição da humanidade. Assim como os outros livros como o próprio Alcorão do Islã e assim em diante. Será que estamos todos “encantados” com as lendas históricas do passado a tal ponto que não conseguimos mais discernir o real do falso, a verdade da mentira?
A história nos fala sobre uma era primitiva, mas harmoniosa e pacífica. A Bíblia também fala de um jardim onde o homem e a mulher viviam em harmonia consigo mesmos e com a natureza — antes de um deus masculino decretar que dali em diante a mulher seria subserviente ao homem. O Tao Te Ching chinês, com mais de cinco mil anos, descreve uma época em que o yin, ou princípio feminino, ainda não era governado pelo princípio masculino, ou yang, uma época em que a sabedoria materna ainda era honrada e respeitada acima de tudo.
O antigo poeta grego Hesíodo escreveu a respeito de uma "raça dourada", a qual cultivava o solo com "paz e tranqüilidade" antes de uma "raça menor" introduzir seu deus da guerra.
Mas embora os estudiosos concordem que em muitos aspectos estes trabalhos se baseiam em acontecimentos pré-históricos, referências a um tempo em que mulheres e homens viviam em paz são tradicionalmente consideradas como nada além de fantasia. Mais uma vez a nossa falida civilização do ódio sequer consegue visualizar a possibilidade de que a Paz exista e que seja possível isso existir.
Nos primórdios da arqueologia, as escavações de Heinrich e Sophia Schliemann ajudaram a estabelecer a realidade da Tróia de Homero. Hoje novas escavações arqueológicas, juntamente com reinterpretações de antigas escavações usando métodos mais científicos, revelam que histórias tais como nossa expulsão do jardim do Éden também se originam de realidades mais antigas: de recordações populares das civilizações agrárias (ou neolíticas) primitivas, as quais plantaram os primeiros jardins nesta terra.
Da mesma maneira (como já sugeriu o arqueólogo grego Spyridon Marinatos quase cinqüenta anos atrás), a “lenda” de como a gloriosa civilização de Atlântida desapareceu no mar também pode ser uma recordação truncada da civilização minóica — que hoje se acredita ter afundado no mar quando Creta e as ilhas dos arredores foram atingidas profundamente por terremotos e ondas gigantescas.
Assim como a descoberta de que a Terra não era plana na época de Colombo possibilitou encontrar um novo mundo surpreendente que ali estivera durante todo aquele tempo, estas descobertas arqueológicas — oriundas do que o arqueólogo britânico James Mellaart denomina uma verdadeira revolução arqueológica — revelam o mundo surpreendente de nosso passado oculto. Se essa idéia da Terra redonda não tivesse vencido os obstáculos conceituais da época, possivelmente não tivemos caminhado em direção a essa revolução arqueológica e geográfica ocorrida logo após.
Elas mostram um longo período de paz e prosperidade enquanto prosseguia nossa evolução social, tecnológica e cultural: muitos milhares de anos em que todas as tecnologias básicas sobre as quais a civilização foi construída se desenvolveram em sociedades que não eram dominadas pelo homem, nem violentas ou hierárquicas.
Tudo isso nos prova que para evoluirmos pacificamente, primeiro precisamos aceitar a idéia nova, pois do contrário, essa mesma idéia, virá a se tornar real através de outros meios mais dolorosos, mas que temos de aceitar e se abrir para ela mais cedo ou mais tarde. Não importa o meio, a evolução sempre irá se processar como água que corre em um terreno acidentado. Quando ela encontra um obstáculo que a impeça de continuar, ela não faz nenhum esforço para vencer esse obstáculo, simplesmente ela se acumula e o ultrapassa, continuando seu curso. Todo obstáculo é obstáculo apenas por certo tempo, depois deixa de ser, simplesmente.
Um dos resultados do reexame da sociedade humana a partir de uma perspectiva holística tem sido a nova teoria da evolução cultural. Esta teoria, a qual denominei “Teoria da Transformação Cultural”, propõe que, subjacente à grande diversidade superficial da cultura humana, há dois modelos básicos de sociedade.
O primeiro, que eu denominaria modelo dominador, é popularmente chamado patriarcado ou matriarcado – a supremacia de uma metade da humanidade sobre a outra. O segundo, no qual as relações sociais se baseiam primordialmente no princípio de união em vez da supremacia, pode ser melhor descrito como modelo de parceria. Neste modelo – a começar pela mais fundamental diferença em nossas espécies, entre macho e fêmea — a diversidade não é equiparada à inferioridade ou à superioridade.
Como escreveu a arqueóloga da Universidade da Califórnia, Marija Gimbutas, estas pessoas cultuavam "o poder letal da espada" – o poder de tirar, em vez de dar a vida, o poder definitivo para estabelecer e impor a dominação. Hoje nos encontramos em outro ponto de bifurcação potencialmente decisivo. Numa época em que o poder letal da espada — amplificado um bilhão de vezes pelos megatons das ogivas nucleares — ameaça pôr um fim a toda a cultura humana.
É imensamente interessante notar que sempre caminhamos sobre “o fio da espada”, de um lado o progresso, o conforto e a prosperidade e do outro a guerra e a destruição, as os dois nos levam ao mesmo lugar. Cabe a cada um de nós apenas sabermos escolher qual o caminho que desejamos seguir, o da dor ou do amor.
------------------------- “Veritas vos liberabit” ------------------------
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